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sexta-feira, setembro 04, 2009

A VIAGEM

Em cada final de Estação adquiri um hábito a que posso chamar já de “o meu hábito” – Viajar.
Sendo as viagens sempre pontos de partida cheios de esperança e curiosidade pelo que não podemos adivinhar, viajar é sem duvida a melhor de muitas coisas boas que a vida nos oferece, a que acresce a alegria do retorno já com a bagagem cheia de certezas vividas e bem equacionadas.
A mala é um mero acessório em cada partida pois levo-a sempre vazia, com a certeza de que ela vai sendo cheia no decorrer da viagem.
Não preciso de marcar hotéis ou pousadas, nem de traçar previamente um percurso.
Gosto de viajar livremente ao sabor do imprevisível.
Este ano, como em todos os outros, parti sem rumo…
Na primeira paragem, sempre a mais cansativa, apenas pousei a mala e adormeci exausta.
Nos dias que se seguiram passeei por campos, atravessei pequenos riachos, tropecei em algumas pedras, fiz frente ao vento forte e também sorri ao Sol que todos os dias me acompanhou.
Adormecia olhando a Lua e as estrelas, sentindo a brisa soprar lá fora.
Na manhã do último dia, dispus os meus pensamentos a jeito e sob a sombra de uma velha árvore em pleno campo verdejante, sentei-me e olhei para o caminho percorrido.
Sorri por ali ter chegado depois de tantas subidas e descidas, de tantos momentos bons e menos bons, depois de algumas tropeções e quedas a que um pouco de bálsamo aliviou prontamente a dor.
Revivi a história guardada na memória da "máquina fotográfica do meu tempo", onde além das fotos tenho também vídeos de belas passagens e que sempre revejo nestas ocasiões.
Todos fazem parte do álbum de lembranças onde cada passo dado, cada sorriso trocado, cada dor sentida, são a marca indelével da pessoa que sou.
Olhei para trás, sem me voltar totalmente, apenas o suficiente para me lembrar das lições que a vida me "ofertou" para o presente e constatei feliz que todas as feridas sararam pois compreensão e perdão são dois óptimos cicatrizantes que a todos recomendo em doses diárias e sempre que necessário.
O corpo agradece e a alma fica bem mais leve.
Sem pressa, saboreando a aventura do regresso, sob a frondosa folhagem da árvore que me acolheu, sentei-me.
Comecei a encher a mala com toda a bagagem das recordações que vivi nestes dias de recolhimento, onde me encontrei tão somente comigo própria e com o meu álbum mental bem recheado de fotos e vídeos de todos os momentos vividos e sempre a revisitar.
Fechei a mala, como quem guarda um tesouro e olhei uma vez mais as flores do campo, tão singelas, puras e sensiveis que baloiçavam ao vento.
No regresso a casa, sorri feliz com a certeza de que mais uma vez ,"nesta viagem ao fundo de mim",encontrei muitas matrizes, caminhos e direcções certas para continuar o meu percurso rumo ao amanhã, que em cada dia se transforma no meu presente, que vivo cada vez melhor.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quando viajar novamente, leve-me em espírito, pois meu maior desejo é viver viajando, sem ter destino e nem remetente, só asas para poder voar.

4:04 da manhã  

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