QUANDO "PARTISTE" PAI
Naquele instante,
Agora distante,
Relembro a ansiedade,
De não poder voltar,
A sentir teus braços,
Envoltos em mim,
Com tanta “verdade”.
Sinto-te presente,
Tu não estás ausente,
Nem quando o dia vai,
E na sombra da noite,
Povoas meus sonhos,
Sento-me ao teu colo,
Volto a chamar-te “Pai”.
Sinto ainda as tuas mãos,
Como sempre o fazias,
Usando tantos desvelos,
A acariciar-me o rosto,
Sorrindo-me com bondade,
E a alisar-me os cabelos.
Saímos por ai a correr,
Naquele caminho só nosso,
Com um riacho pequenino,
Ensinas-me ainda a passá-lo,
Saltando de pedra em pedra,
Sempre bem devagarinho.
Sentada nos teus joelhos,
Volto a ouvir os conselhos,
Na tua voz branda e macia,
Relembramos brincadeiras,
Saltamos juntos fogueiras,
Até ao nascer do dia…
Na hora de acordar,
Enfrento a realidade,
E volto a reconhecer,
Tanto me deste e ensinas-te,
Só a saudade guardas-te,
Para então a conhecer.
Guardaste-a pois bem sabias,
O quanto eu ia sofrer.
1 Comments:
Boa tarde Pássaro Azul,
Há muito tempo que ando afastado deste espaço e já nem sei exactamente quando publiquei o meu último "post".
Não obstante este afastamento temporário, nem por isso deixo de a visitar sempre que posso.
Hoje, fui surpreendido com este magnifico poema sobre o seu pai.
Você fez-me lembrar quando a minha mão cabia totalmente dentro da mão do meu pai.
Fez-me lembrar o tempo em que eu tinha toda a protecção do mundo.
Bem haja Pássaro Azul.
Não pare de secrever!
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