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sexta-feira, maio 22, 2009

5ª FEIRA DA ASCENSÃO - "DIA DA ESPIGA"



5ª Feira da Ascensão – Dia da Espiga


Longe vai o tempo em que o dia era guardado como dia Santo e se ia até ao campo “apanhar a Espiga”, que dependendo da região do país, é de um modo geral composto por pés de trigo, centeio, cevada, um ramo de oliveira, outro de videira, papoilas, malmequeres, um pouco de alecrim e outras flores campestres.

Recordo-me com saudade de ir pelos campos que rodeavam a nossa casa, de mão dada com o meu pai, apanhar o nosso ramo ao qual a minha mãe adicionava em casa, um “papo-seco” com uma moedita de tostão lá dentro e atava tudo com “fio do norte”, para pendurar atrás da porta da cozinha.
Ali se conservava todo o ano e sempre me interroguei porque é que quando seco não se deitava fora. Nunca me explicaram convenientemente. Era assim porque era!

Nunca me contentei com a resposta e sempre curiosa em “saber o porquê das coisas”, vim anos mais tarde a saber que era tradição conservá-lo todo o ano até ser substituído por um novo, para que em casa nunca faltasse nem o pão nem o dinheiro.

Anos passados, vim a saber o significado de cada elemento que compõe a “Espiga”, sendo que o trigo, o centeio e cevada representam o pão; o malmequer, o ouro e a prata; a papoila, o amor e a vida; a oliveira, o azeite e a paz; a videira, o vinho e a alegria e ainda o alecrim a saúde e a força.

Quando casei, levei comigo esta tradição aprendida com os meus pais, e passei-a aos meus filhos mais velhos, com quem ainda fui à Espiga alguns anos, enquanto a desenfreada construção de grandes prédios, não “comeu” literalmente os belos campos que rodeavam a velhinha “Parede” que acabava não longe da nossa casa, bem perto do antigo Rádio Clube Português, dando lugar à nova, enorme e bonita vila que hoje é.

Claro que os meus filhos, como “homens” que são, mais virados para o lado prático da vida, nunca ligaram muito à tradição.
Mas juntaram-se novas mulheres à família e entre nós, todos os anos compramos os ramos da “Espiga”, que agora são vendidos no mercado local ou nas ruas da cidade e assim continuamos com a velhinha tradição legada pelos meus pais.


Em Lisboa, neste dia a cidade é mais alegre pois mantêm-se as vendedeiras da Espiga, que com os seus cestos se colocam em locais estratégicos, por norma à porta das várias Igrejas.
No Chiado, Rossio, Restauradores e Ruas da Baixa, são neste dia, muito fotografadas pelos turistas que se deliciam com o colorido dos ramos e com as vozes que cantam oferecendo-se para vender o raminho que mantém viva a tradição.
Embora se sinta que a “tradição já não é o que era”, na 5ªfeira da Ascensão, o Dia da Espiga ainda se mantém.

Falta o encantamento de ir apanhá-la aos campos, mas contra os gigantes de cimento armado, nada feito! Os campos agora estão longe e são os comerciantes do mercado que as recebem já prontinhas para vender. Do mal, o menos… Que a “Espiga” nunca nos vá faltando, para nos alimentar a esperança de que durante mais um ano, o pão não nos faltará.

Que a “Espiga” ou mesmo só a sua lembrança, não falte em nenhum lar por mais humilde que seja, pois o importante afinal não é tê-la realmente, mas continuar a Acreditar no seu significado, não perdendo a Esperança no Amanhã por mais sombrio que ele nos possa parecer, entregando-o nas mãos de Deus com a maior Fé, para que "ELE" sempre provenha ao sustento de cada um, sobretudo dos mais necessitados.




sexta-feira, maio 15, 2009

FIM DE TARDE À BEIRA MAR


Quando depois da tempestade vem a bonança, sabe tão bem viver a calma de um fim de tarde à beira mar!
Voltam os sonhos em cada onda, renova-se a esperança ao som das águas que vêm beijar a areia, bate mais forte o coração em cada abraço do Sol que se despede lentamente prometendo voltar de novo.
Com ele parto embalada na confiança de uma viagem onde adormecer é sinónimo de sonhar entre salpicos de felicidade, confiança, paz, harmonia e muito Amor.