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quarta-feira, setembro 28, 2005

Ao Redor do Meu Jardim


Caminhar é um óptimo exercício para o físico e para o espírito. Este foi um passeio que jamais esquecerei.

Há uma colina muito arborizada próximo da minha casa. Sempre que me quero lembrar de como sou abençoada, eu vou por essa colina.

No alto, há uma linda e velha casa de pedra que eu admiro desde que mudei para cá há mais de 10 anos. Eu converso com o velho casal que está sempre a trabalhar no seu terreno todas as vezes que passo. Devem trabalhar muito no jardim porque ele nos oferece uma bela paisagem. Entre as flores abundantes e as matas posso ver estátuas gregas e banheiras para os pássaros.

Mas este ano, notei uma mudança.

O mato cresceu além do normal e as flores não estavam tão bem cuidadas.

- Como estão vocês, meus amigos? Perguntei quando passava em frente à sua varanda. - Estamos tão bem quanto se pode esperar.

Eles estavam sentados na varanda. Ele usava um quente casaco de lã, aberto na frente, deixando ver ainda um colete azul de malha. Apesar do facto de nunca saírem, ele usava uma gravata, como sempre.

Ela estava sentada numa cadeira de balanço, embrulhada da cabeça aos pés num cobertor. Por baixo, dava para perceber, ela usava umas quentes calças de lã. Em contraste eu usava uma camisola leve e uns calções. Naquela idade, qualquer brisa mais fria requer uma roupa mais quente.
- Vocês estão prontos para o Inverno? Perguntei. - Com o passar dos anos, nós aprendemos a antecipar os frios dias de Inverno. A nossa lareira e a nossa varanda são um bom refúgio e é um óptimo lugar para uma chávena de chá e um bom livro. Você ainda está a escrever aquele livro? Perguntou-me ele. - Não, já foi publicado, mas em breve escreverei histórias ouvidas ao longo do caminho. Prometo trazer um para vocês, disse eu. - Espero estarmos aqui para lê-lo. Ele disse. - Estão a pensar mudar daqui? Perguntei. - Não minha amiga. Como esta estação em que estamos agora, nós estamos no Outono de nossas vidas. O nosso tempo junto agora é medido em estações. Rezo para que possamos sobreviver ao Inverno.

Então, virando-se para sua esposa, ele disse, - O meu amor não está muito bem. O meu coração dói por ela. Eu não estou certo de que vamos... E, começou a chorar.

Eu, nervosamente, esfreguei os braços, como se tivesse frio, sem saber o que dizer.

- Eu sempre gostei da aparência de nosso terreno durante o Outono. Acho que devo estar grato por Deus nos permitir, pelo menos mais uma vez, ter esta vista espectacular. Mas enquanto as folhas caem, eu vejo minha esposa começar a murchar.

- Não sei se já lhes falei isto. Mas o vosso trabalho, este presente de vocês que traz vida ao mundo na forma de flores e árvores, levantou o meu ânimo muitas vezes. Durante muitos anos passei por aqui e sempre parei o tempo suficiente para renovar as minhas forças. Deve dar-lhes grande satisfação ver o fruto do vosso trabalho. Disse-lhe eu. - Sim, com certeza. Excepto durante este último ano. Pudemos fazer pouco por causa da saúde deficiente de minha esposa. Eu sempre soube que seria capaz de reconhecer quando o nosso tempo junto estivesse a terminar. Disse ele.

Então, saindo cuidadosamente da varanda, ele apontou o caminho pelo jardim que começava ao lado e envolvia a casa inteira. - Essa grade coberta de rosas foi desenhada para parecer os portões de Céu. Jurei nunca andar sozinho por este caminho. Ela será sempre o meu apoio.

Olhei, admirando todo a beleza do caminho, e perguntei, - Vocês têm passeado por ele ultimamente? - Não. E é por isso que está em tão mau estado. Mas é nosso sonho ver a Primavera juntos mais uma vez e dar mais um longo passeio...

Então, de repente, tive uma ideia. Uma daquelas ideias, movidas pelo coração e que, só quem tem fé, sabe de onde vêm. - Vocês têm uma cadeira de rodas? Perguntei. - Sim. Na varanda de trás. Nós não a usamos. Eu não a consigo manobrar. O caminho não é pavimentado. - Sim, mas eu posso. Diga à sua esposa que vamos passear. Eu vou buscar a cadeira.

Nós três passeámos pelos Portões de Céu... Ele ficou ao lado da cadeira segurando a mão da esposa. Passeámos juntos. Talvez uma última vez.

- Esqueçam-se de que estou aqui. Quero que seja só vosso, este momento juntos. Vou ficar em silêncio. Pensem em mim apenas como se das mãos de Deus se tratasse e Ele estivesse aqui a apoiá-los.Valeu a pena!

De facto senti-me invisível. Fui testemunha de um momento notável quando ele começou a cantar suavemente para ela. Num certo momento, ele parou, ajoelhou-se à frente dela, acariciou seu rosto, ela inclinou-se e beijaram-se.

Eu não tenho ideia de quanto tempo levou. Gostaria que tivesse sido eterno. Um dia será.

- Obrigado. Você não tem ideia do que fez por nós. Disse ele. - Vocês é que não têm nenhuma ideia do que fizeram por mim, respondi emocionada. Com a vossa permissão, esta é uma história para meu próximo livro.

Então sua esposa tocou na minha mão e sorriu. De sob seu cobertor ela tirou uma pequena rosa que tinha arrancado pelo caminho. Gesticulou para que eu a pegasse. Mas eu peguei na sua mão colocando-a junto à dele e disse, – Deve ser a última rosa deste ano. Uma flor para lembrar a ambos que a Primavera espera por vocês.

Por todos os dias restantes da minha vida, serei grata por aquele passeio. Eu caminhei pelo Portão do Céu para mais um passeio ao redor do jardim.



Nota: Para verem as fotos do jardim cliquem aqui

Dedicado ao meu querido filho Rui, para que, de novo nesta viagem ele, visitante assíduo do meu blog, se sinta "uma vez mais em casa.

domingo, setembro 25, 2005

Balanço... (um mês a blogar)


Estou em festa! A minha primeira festa, a partilhar com todos vós, pois sem a vossa força eu não tinha prosseguido neste meu voo.

Para nascer, foi a força, persistência, carinho e amizade do meu grande amigo Fernando que, como ninguém, entende e vive a palavra
FRATERNIDADE.

Para os primeiros “gatinhar” e ainda hoje, “pequenos voos”, tem sido a sua mão a conduzir os meus trinados de Pássaro Azul até à Ilha Encantada.

Para continuar, muito têm contribuído os vossos comentários que, qual poção mágica, me impulsionam a seguir em frente, a voar de novo, num voo ainda trémulo, baixinho, mas que anseia por mais azul, mais brilho, mais cor, mais espaço.

No final do primeiro mês, neste novo mundo da Blogosfera, o meu esvoaçar vai para todos vós, companheiros das palavras que não queremos calar, das emoções que não queremos viver a sós, dos momentos importantes que nos fizeram e fazem vibrar.

“Partilhar é fazer poesia na prosa da vida”

Para todos vós, o meu Bem-haja pela vossa partilha.

Com a vossa força, vou continuar a voar!

quarta-feira, setembro 21, 2005

Há Dias...


Há dias, a convite de um amigo, resolvi quebrar a minha rotina, sair do meu canto e acompanhá-lo na sua viagem de trabalho.

Eu adoro viajar!

O sonho começa logo quando o meu espírito interioriza essa palavra mágica “viagem”, e eu me ponho a fazer a mala.

Foi agradável, bastante agradável mesmo!

A viagem decorreu sem incidentes e a chegada ao hotel foi como ancorar num porto de abrigo.

Há sempre uma certa mística em cada local de paragem, naquele que escolhemos para deixar o nosso cansaço e repousar os nossos sonhos.

Posto isto, saímos um pouco à descoberta da noite desta cidade.

Subimos e descemos ruas estreitinhas, salpicadas aqui e ali por escadas, certamente com muitas histórias para contar.
As ruas fervilhavam de gente que anónima se cruzava e partilhava a alegria de viver.

A noite é sempre mágica e deixámo-nos envolver por essa magia.

À primeira luz da manhã, depois de um sono reparador e de um reconfortante pequeno-almoço, ele partiu para o seu trabalho e eu, felizarda desta viagem, parti à descoberta de cada coisa nova que me pudesse surpreender, com a expectativa que sempre me envolve nestes momentos:

- Conhecer melhor uma nova cidade.

Os raios do Sol brindavam este novo dia com o seu beijo matinal, e eu deixei-me beijar.

Mas aos poucos, o beijo virou um abraço intenso que me envolvia e queimava e, num deslizar de mansinho, atravessei a rua sob o seu olhar atento, sem me deixar envolver.

A sua sombra era mais benéfica para mim. Ele compreendeu e continuou a brilhar.

Prossegui então, parando aqui e ali na minha constante observação mas, quanto mais para o centro da cidade me dirigia, maior era a dificuldade em relação à língua deste país.

Os sons que chegavam até mim eram invariavelmente em alemão e inglês. Ocasionalmente, um ou outro em francês.
Os dois últimos deixavam-me participar um pouco no “social” das gentes que comigo se cruzavam.

Apesar deste incómodo com a língua, voltei a subir e descer ruas lindas, estreitinhas, com alvas casas e escadas cujos degraus brilhavam nas pedras polidas pelos passos de tantos séculos.

Na noite anterior, estavam cheias de restaurantes, pequenos bares, cafés e esplanadas que, vencidos pelo cansaço tinham adormecido quando as gentes que lhes davam vida foram dormir também.

Como era cedo, tive o privilégio de assistir ao lento recriar da vida novamente nesses locais.

A pouco e pouco, a vida estava pronta para voltar a acontecer.

Recolocavam-se os “souvenirs”, os pequenos “note-book”, os postais ilustrados com paisagens locais lindíssimas onde se lia, “Thinking of you”, “With love”e “Just for you”.

Os jornais diários dos diferentes países, também lá estavam desde o “Times” ao “Daily Telegraph”, do “The Irish Times” ao “Le Fígaro”.

De Portugal, não havia nenhum! Senti como num país estrangeiro a nossa imprensa diária não tem qualquer expressão!

Com o passar da manhã, iam aparecendo pelas ruas as bonitas toalhas de mesa e as ementas diárias em grandes cartazes, bem como as ofertas para passeios turísticos locais, salpicando a cidade de cor. Mas, escolher o quê?

Como estava num país da Europa comunitária, os preços pelo menos eu compreendia. A moeda única para estas viagens dá imenso jeito!

E uma língua única? Fantástico! Tinha sido preciosa neste país por onde viajei.
Se não… vejam:

- Das ementas, esta era talvez a mais acessível ao meu conhecimento linguístico:

· Carrot Soup
· Stuffed Squid
· Roast Pork Loin
· Meat Veal with Garlic

- Dos passeios turísticos, algo depreendi… o mar deve ter cavado belas grutas nas rochas:

· Grotto Trip/Cruises
· Bootsfahrt
· Groottenbesichtigung

- E ainda:

· Free trips
· Sail on the Catamaran – Ask for details inside bar.

Mas, acreditem que a cidade é linda e vale a pena ser visitada. Tem história, muita história que eu ouvi contar, em inglês e alemão, claro, aos imensos grupos turísticos que por lá passeavam.

Tive imensa pena de me sentir tão “estrangeira” no meio dela mas, são as contingências de quem viaja para fora do seu País.

Apesar de tudo isto, o dia não deixou de ser magnífico! Acabei por encontrar uma esplanada com um nome português…”Taquelim Gonçalves”.

Ali, na Marina, frente aos barcos onde viajam sonhos e embarcam fantasias.
Valeu a pena! Sentei-me e é nessa esplanada que vos estou a escrever.

O serviço é óptimo. A tosta mista que pedi está deliciosa e, o sumo de laranja natural é mesmo natural!

Tem um ambiente óptimo, e a lista também está em português! Quando vierem até cá, não deixem de visitar!

Ah! Uma preciosa informação para cá chegar! A cidade linda de que vos falei, chama-se LAGOS e o país, acreditem, é PORTUGAL!

segunda-feira, setembro 19, 2005

PROCURO

Procuro
Encontrar-te
Em cada dia
Mas não consigo ver-te realmente.
És figura
Esbatida,
Não definida,
Miragem a cada instante,
Por vezes realidade,
Alegre,
Triste,
Feliz,
Inconstante,
E a vida passa
Num instante…

Procuro
Ver-te tal qual és,
Tal qual como te sonhei,
Tal como te possui,
Tal como eras,
Quando a ti me entreguei.

Maio de 1982

quinta-feira, setembro 15, 2005

Viver

Morre lentamente…
Quem não lê,
Quem não viaja,
Quem não ouve musica,
Quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente…
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente…
Quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor,
Ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente…
Quem evita uma paixão e o seu redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente…
Quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, ou amor.

Morre lentamente…
Quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho.

Morre lentamente…
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos…

Viva hoje! Arrisque hoje! Faça hoje!

Não se deixe morrer lentamente!

Pablo Neruda



A propósito deste texto de como se “morre lentamente”, que é um grito de alerta às consciências mais adormecidas, eu quero falar de viver.

E viver passa por uma permanente reinvenção de nós próprios, por uma inquietação por baixo das águas do quotidiano, por mergulhar para depois ver o que acontece, por pegar o touro pelos cornos sem medo do hipotético sofrimento que virá depois. Virá?

Viver é continuar a abrir portas para um nada ou para algum absurdo. É pular a cerca para um jardim de promessas ou passear à noite tentando ver luz para além das luzes.

Viver é ter a audácia de pensar, de reflectir, de parar para analisar quem somos, o que estamos a fazer com a nossa vida, com o nosso tempo, com os nossos afectos.

Viver, é recriar, elaborar e não aceitar a vida apenas para ser vivida ou suportada. Suportada, nunca!

Viver é saborear o bem, mas aqui e li saber enfrentar o mal. Questionar o que nos é imposto sem demasiada sensatez, mas também sem rebeldias insensatas.

Viver é escapar, na liberdade do pensamento, do espírito de manada que, obstinadamente nos empurra e nos tenta enquadrar.

Viver é sonhar, ter esperança e nunca desistir de correr atrás do nosso sonho por mais impossível que ele possa parecer.

Viver é amar, amar com toda a alma, com todo o vigor, os que nos amam, os que nem sabem o que isso significa, tudo o que nos rodeia sem excepção, sair de nós mesmo e olhar o mundo com os olhos do coração.

Maria de Fátima

sexta-feira, setembro 09, 2005

Meu Querido Pai


Escrevo-te hoje aquilo que me vai na alma com nostalgia e muito amor.

São palavras que em cada dia e em cada situação da minha vida, eu te tenho dito em silêncio, no silêncio que eu sei que tu entendes, no silêncio por onde comunicamos e através do qual nos sentimos.

Foste o meu pilar desde sempre, a minha referência, o meu escudo, o meu porto de abrigo.

De ti, recebi o amor mais puro que alguma vez senti.

De ti, o olhar mais doce que nunca mais recebi.

De ti, o beijo mais terno, o abraço mais meigo, o sorriso mais lindo que alguma vez vi.

De ti, o exemplo de vida que jamais esqueci.

De ti, a doce lembrança do homem mais justo, bondoso, honesto, trabalhador, capaz de sofrer calado em nome de um grande amor.

De ti, a luta pela verdade, a verticalidade, o saber estar com simplicidade.

De ti, tantas obras de arte na madeira esculpidas, com talento, persistência, sensibilidade e amor.

De ti, o exemplo de educação, de amor filial, de vida a dois, de fraternidade, de alegria e tanta, tanta bondade.

Faz hoje 20 anos que partiste… será verdade?

Continuas tão presente, apesar desta enorme dor a que chamamos saudade.

Tua filha, com amor,

Fatinha




Dear Father

Dear Father
We dream, we dream
We dream
While we may

Who are we to need
We need we need
While we wait
While we wait

[Spoken:]
Dear Father
We dream, we dream
We dream
While we may, while we may

Who are we to need
We need, we need
While we wait
While we wait

Neil Diamond

terça-feira, setembro 06, 2005

Cascais

Uma vez mais me encantas!

Quis o acaso que hoje te olhasse de novo como tantas outras vezes fiz. Hoje, com tempo para saborear a tua presença.

Estavas linda, brilhante, aconchegada nesse jeito tão teu.

O mar estava calmo e beijava-te os pés de mansinho.

O sol, dourava ainda mais os teus cabelos louros, que levemente esvoaçavam ao sabor do vento que também te quis beijar.

Aqui e ali, os que passavam por ti, olhavam-te com admiração extasiados com a tua natural beleza.

Sabes? É impossível ficar-te indiferente!

Sempre que me aproximo de ti, solto a mesma exclamação de há anos, que brota naturalmente e que não canso de repetir:
- "Como é linda!".

Quando contigo me encontro, sinto-te como se me estivesses a envolver num abraço que me diz bem baixinho, só para eu ouvir, "voltaste, ainda bem que voltaste!".

Voltei! E vou voltar sempre que possa porque não há nada como regressar às raízes, minha raiz dourada, meu cantinho escolhido por Deus para eu nascer, meu pedacinho de céu plantado na terra.

Foste tu que me acolheste, foi o teu ar, o primeiro que respirei, foi o teu Sol o que primeiro me acariciou e foi o teu vento que me veio dar as boas vindas em jeito de beijo doce como só tu sabes beijar.

Espera sempre por mim, vilazinha mágica! Eu vou voltar...e, em cada volta, a tua doce magia vai de novo fazer-me sorrir e voar no tempo, só nosso, que só tu e eu conhecemos, que só tu e eu partilhámos..."naquele tempo!".

Até lá, minha Cascais adorada, "aquele abraço", que nós duas tão bem entendemos.

M. Fátima

sexta-feira, setembro 02, 2005

Solidão




Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo... isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos
pela ausência de entes queridos que não podem
mais voltar... isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente
se impõe as vezes, para realinhar os pensamentos...
isto é equilíbrio.

Tampouco é o claustro involuntário que o destino
nos impõe compulsoriamente, para que revejamos a
nossa vida... isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
isto é circunstância.

Solidão é muito mais que isto...


Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos
e procuramos em vão, pela nossa Alma !!!


Autora: A minha homónima Fátima Pinto, com a devida vénia.